Avalanche...

Conhecem aquele ditado: "não há nada tão ruim que não possa ficar pior??"

Aplica-se a nossa vida neste momento...
Sem tempo para postar e pedindo perdão as amigas que se preocupam e notam minha ausência na blogosfera... comentar em blogs?? um luxo que não posso agora...

Depois da internação do Gui, houve o falecimento da avó do Alexandre no final de semana, Gui com virose daquela que te dá direito a cocôs que só saem com banho, máquina cheia de roupas e um mega edredom vomitado que de tão grande, nenhuma lavanderia quer aceitar... Obrigada a quem me deu a idéia de comprar uma cama super ultra grande....

Mas se isso não bastasse, meu telefone tocou hj as 5:45 da manhã. Esperamos por uma tia que não está bem, achei que era alguma coisa com ela, mas não, do outro lado da linha minha irmã me avisando que eu não tinha babá hj. Minha avó passou mal durante a madrugada e minha mãe (e babá) estava com ela no hospital. Não sabia muita coisa, apenas que a pressão estava 23x18...
Fica o marido em casa de babá, eu venho tentar fazer um fechamento de mês (visto que ainda não desfiz o caos dos meus dias de ausência com a internação do Gui).
CAOS, essa é a palavra que me vem a mente agora para descrever meu sentimento...
Peço que rezem para que a paz se estabeleça por aqui. Para que Papai do Céu dê muita saúde para meu Pitoco, para minha avó, mas principalmente para minha mãe... Essa se cair, não sei o que será de nós....
Perdoem minha ausência e espero que esteja justificada....
Espero que quando eu volte, seja só com boas noticias e com a minha vida um pouco mais em ordem....

A alta e o diagnostico...

Perto das 10h da manhã, finalmente ganhei meu presente de dia das Mães, o neurologista veio falar conosco e nos disse que poderíamos ir para casa, não estávamos de alta, brincou ele, mas poderíamos ir embora com a promessa de voltar na segunda feira para reavaliação. A ressonância foi normal, então ele me disse que o Gui teve uma especie de convulsão, me entregou todos os exames e me disse que deveríamos voltar na segunda feira final da tarde, as 18hrs para que ele fosse reavaliado. Achei que nessa consulta ele me explicasse os detalhes dos quais eu tinha dúvidas...

Juntamos as coisas e ficamos aguardando a enfermeira tirar o acesso do Gui e nos dar os papeis da alta. Mas ela levou quase uma hora para fazer isso, coitada... olhando as luzes das campainhas dos quartos, até parecia natal de tanto que piscavam... A equipe teria um plantão tumultuado pela frente... E a ilusão que algumas pessoas tem que elas dormem no expediente... coitadas. Elas são guerreiras, se viram nos 30 mesmo. Eu vi o envolvimento da equipe quando faltou luz as 5:30 da manhã e o gerador levou quase 10 segundos para ligar... estão de Parabéns...
Chegamos em casa quase meio dia e fomos direto ao banho, para se renovar. Só depois disso pude sentar e ler os laudos dos exames e tentar entender tudo o que estava acontecendo...

Depois do almoço nos demos o direito de dormir os 3 juntos até as 16hrs. Levantei e fui direto ao meu amigo GOOGLE e tentei me lembrar o que eu sabia sobre convulsões. Quase nada... Apenas que febre alta causa isso e quem tem epilepsia. Aqui acendeu-se uma luz. Eu não entendia os termos do laudo do eletroencefalograma, mas sabia que ali a coisa não estava boa, me pareceu bem complicado.

Conversei com o pediatra por telefone, li coisas muito vagas na internet e desisti. Resolvi esperar até segunda feira e conversar olho no olho com o Marcelo e com o Neuro do hospital.
Fomos a tarde ao consultório do Marcelo, mostrei-lhe os exames, me explicou que o que ele via ali não seria uma convulsão febril, mas algo já pré-existente, me disse que o próximo passo seria a consulta com um bom neurologista pediátrico. Mas a médica que ele me indicou só poderia nos atender dia 31. Então ele prometeu ligar para ela e ver se ela poderia nos encaixar...
Então eu não me aguentei, eu tinha de perguntar... Quando estávamos nos preparando para sair da consulta eu criei coragem e perguntei: "Marcelo, o algo pré existente, seria epilepsia???" Ele apenas sorriu e resmungou... "não dá pra te enganar mesmo". Catia, não posso te adiantar muita coisa, mas pode ser sim... bom, o neuro do hospital teria várias coisas a me explicar, pensei...

Saímos do pediatra direto p/ o hospital e consultamos com o neuro... Depois de 3 ou 4 perguntas que eu fiz e ele não me disse nada com nada, me disse que foram sim convulsões que o Gui teve, mas para se descobrir a causa ou se definir o tratamento, teríamos de esperar que acontecesse novamente. Isso foi um balde de água fria. E eu lá sou mulher de esperar? Fui para casa decidida a não voltar mais nesse médico e pensando no que eu iria fazer.

Mas os anjos do Gui estão sempre de plantão. A secretária da neurologista indicada pelo Marcelo me liga dizendo que ela pode nos atender na terça as 11h. Amanhã, claro, o horário é meu... e fiquei um pouco mais aliviada.

Cheguei em casa e fiz a minha lista de dúvidas e suposições para o dia seguinte...
Na terça fomos então a consulta com a Dra Fabiana, uma consulta demorada, olhou todos os exames, avaliou o comportamento do Guilherme, me tirou algumas dúvidas, explicou os por menores e me passou muita segurança. Nos disse que se ela pegasse só o eletroencefalo dele, como estava, já entraria com medicação direto, mas como todo o resto estava normal, ele tinha boa coordenação, demonstrou inteligência e muita destreza fina, ela achava prudente repetir o exame, fora do estresse hospitalar e na ausência de febre há alguns dias. Nos encaminhou para outra clínica na mesma hora e disse que chegaria a tempo de acompanhar o final do exame. Mas isso significava mais uma sedação...

Fomos a clinica, esperamos até 14:30, demos o remedinho para o Gui dormir e o colocamos na sala para o exame, ali ficamos por 1 hora e 20 min. e eu acompanhava as linhas na tela do computador. Nesse momento eu já tinha quase certeza do diagnóstico.

Terminado o exame, a médica pediu para esperarmos na recepção que ela trocaria uma idéia com a colega neurologista que acompanhou todo o exame, já que ela tinha acompanhado do meio em diante apenas.

Olhei no relógio e já eram 16h quando ela nos chamou de volta. Nos mostrou o exame e disse que realmente o Guilherme tinha um tipo benigno de EPILEPSIA... No fundo acho que eu já sabia.

Nos explicou que isso é um problema genético, que no caso do Gui há um pedacinho do lado esquerdo do cérebro dele, que está demorando um pouco mais para amadurecer e que fica mandando descargas elétricas em excesso... essa parte seria responsável pelo sono e o controle de infecções.

Olha aí o problema do Gui nunca dormir direito... Isso explicaria as várias noites insones lá em casa. O que deveríamos cuidar, no caso dele, seriam as ansiedades de tempo prolongado, como a espera pelo Papai Noel, por exemplo e o controle de infecções, mas como o Gui tem a saúde muito boa e fez TODAS as vacinas, públicas e particulares, não deveríamos nos preocupar.
Mas como ele tem uma má qualidade de sono, Dra. Fabiana resolveu entrar com medicação para tentar resolver o problema, visto que isso poderia desencadear novas crises. De resto, nos explicou que é VIDA NORMAL, ela já está tomando Tryleptal desde esse dia e o sono tem se demonstrado melhor realmente. Preciso dizer que ADOREI a Dra. Fabiana??

Ainda nos explicou que é vida normal MESMO, que ele vai cair, pode chorar, vai aprender a ler, a andar de bicicleta, tudo normal, apenas vai tomar o remédio por um período. O tempo do tratamento? só o tempo irá dizer, precisamos de 2 eletroencéfalos normais para que ela retire a medicação. Pode levar 2 anos, 6 anos, mais, menos... só o tempo dirá.

Na hora dá um choque. Aliás, ainda choca, eu vejo no rosto das pessoas quando digo a frase "meu filho é epilético." Mas acho que é mais "confortável" assim, do que viver em pânico cada vez que ele tivesse uma febre de 37,5ºc.
Acho que a imagem que se tem de epilepsia, é da pessoa caída ao chão, se debatendo, mas com as medicações usadas hoje em dia, isso praticamente não acontece mais.

E o que eu notei de lá pra cá? Que meu filho continua o mesmo, brincando, carinhoso, amoroso, super esperto e que agora dorme bem a noite toda e em seu berço... A coluna da mamãe agradece.

E de onde ela veio? Provavelmente do Ale, depois de tudo isso que passamos, minha sogra me disse que o Ale tinha um tipo de distúrbio do sono quando pequeno, que fazia acompanhamento e me trouxe até exames, que por sinal é muito semelhante com o do Gui...
Ontem mesmo tivemos a reconsulta com a Dra. Fabiana, e ela me disse que o Gui continua muito bem, o próximo passo agora é fazer exame de sangue para monitorar a intoxicação do remédio no organismo. A dúvida que me afetava ainda, era sobre o desenvolvimento dele... Ela foi bem enfática, me disse :"olha pro teu filho... Ele é super esperto e detalhista... não te preocupa com isso..." É difícil não se preocupar, mas me sinto segura com ela, então vamos seguindo os acompanhamentos.

Epilepsia??? não é mais um bicho de 7 cabeças e não me assusta mais... Como a Dra. Fabiana enfatizou bastante VIDA NORMAL!!!!

Então tá gente, de volta a nossa vida normal, o blog continua, a vida continua, tudo continua...
Só achei que vcs deveriam saber o por que de meu sumiço repentino e também para que fique um registro fresco de tudo o que aconteceu. Pode nos ser útil no futuro...
Beijos e brigada pela paciência de acompanhar a nossa SAGA em capítulos.

A internação - Parte II

Continuando o tintim por tintim ( e tenha paciência, é bem explicadinho mesmo)...

Na primeira hora da tarde o medico veio falar conosco novamente. Disse que havia chance de precisarmos colher liquido da coluna, já que os 1ºs exames estavam todos bons. Mas antes faríamos exames do coração e eletroencefalograma, onde o Gui seria sedado novamente.
Na volta desses dois exames já nos tirariam da emergência e colocariam em um quarto.

O exame do coração (ecocardiografia, se não me engano) o cardiologista já me disse tudo na hora, me mostrou alguns detalhes na tela e eu já sai da sala sabendo o resultado, tudo bem, mas o eletro encéfalo me deixou com a pulga atrás da orelha...
Ficamos quase 1 hora na sala do exame e por diversas vezes o Gui tinha um tipo de espasmo na perna esquerda. Até ai tudo bem, se isso se repetisse do outro lado, mas não foi o que aconteceu...

Voltamos para a emergência e o Ale já estava com as nossas coisas prontas para subirmos para o quarto. Fomos ao 7º andar e nos mostraram nosso quarto. Nessa hora minha mãe e minha irmã já esperavam a liberação para subir, pois agora havia horário de visita das 8h as 20h e o Ale poderia ficar conosco até as 22h. Essa foi a única noite onde não nos levaram ao centro de imagem.
Ficamos no quarto e o Gui estava eufórico, chamei a enfermeira, pois ele literalmente estava escalando as grades da cama. Ela me disse que deveria ser efeito da medicação que usaram para sedá-lo... Uns ficam sonolentos e outros eufóricos... As 22h o Ale foi dormir no carro e eu por precaução, decidi deitar no leito junto com o Gui para evitar que se debatesse muito durante o sono.

Mais uma noite sem dormir nada, Guilherme se debateu, chutou, choramingou, riu... fez de tudo um pouco dormindo. E essa noite eu não liguei a TV para não acordar nossos colegas de quarto. Das 6h as 8h, horário que o Ale poderia subir, foi uma eternidade...

Pela manhã, questionei sobre o neurologista e o resultado o exame. A enfermeira me fez uma cara de dúvida, olhou a ficha e disse que o Gui aguardava o cardiologista. Bati pé e disse que não, que era o neuro e o resultado do eletro encéfalo... eu tinha certeza, estava louca pra saber o resultado do exame...
Ela voltou com a pasta do Gui e corrigiu a informação, eu tinha razão. O Ale ainda comentou que achou estranho o neuro não ter falado conosco na sexta mesmo, pois ele estava no 7º andar, o Ale o viu. Erro de comunicação, mas tudo bem.

No meio da manhã, o neuro finalmente veio, eu achei que seria nossa alta, mas ele me interrompeu, foi até meio grosso, não deu muitas explicações e disse que havia uma alteração no exame e que pediria uma ressonância, não nos deu mais detalhes, apenas disse que o Gui seria sedado DE NOVO...
Pela primeira vez eu me senti sem forças, mas olhei para aquele menino serelepe, correndo pelos corredores do hospital, chamando as outras crianças dizendo "vamo corre..." Em nenhum momento ele parecia doente e decidi que eu precisava ser forte, por ele.

Já íamos para o 3º dia e o Gui não comia a comida do hospital, a nutricionista não liberava que eu fizesse o leite no quarto, a temperatura ambiente, nem usasse sua mamadeira, eu estava fazendo isso escondido, pois o leite ou vinha gelado, ou vinha morno... Então eu decidi que ele não passaria mais fome, já chega os jejuns que ele era obrigado a fazer, procurei o neuro, expus a situação e disse que se ele não estava doente, ele iria ficar... O neuro liberou que eu fizesse o leite dele com agua mineral dentro do quarto e usasse sua mamadeira... Minha mãe e eu fizemos tantas mamadeiras quanto ele quiz e lhe demos todo o leite que ele pode tomar, fome ele não iria passar mais...
No inicio da tarde fiz ele dormir e o deixei com minha mãe e fui com o Ale me esticar no carro. As 15h vieram dizer que o Gui estava de jejum a partir daquele horário, minha mãe deu a ultima mamadeira para ele dormindo mesmo, mas quando foram verificar seus sinais, ele acordou. Como eu não estava no quarto, ele teve um desespero... minha mãe não conseguiu acalmá-lo, me ligou e eu só ouvi seu choro... Voltei correndo para acalma-lo... que susto até descobrir que  não era nada.

Deixamos ele correr e brincar a vontade, já que não poderia comer... E nessas horas, o quarto se torna pequeno para ele. Brincamos nos elevadores, descíamos até o 4º andar para dar tchau aos peixinhos do aquário e subíamos de novo. Quando anoitecia, o corredor do hospital, virava pista de carrinhos, foi por isso que ele ganhou o apelido carinhoso das tias da enfermagem "furacão"...

As 22h nos levaram ao centro de Imagem, onde o Gui já era tratado pelo nome devido a frequência que íamos até lá... O Anestesista veio me falar sobre como seria a sedação, pois era um pouco diferente da tomo... Ele seria sedado com gás, fariam um acesso intravenoso nele e ele seria entubado.... Que MEDO eu senti... Pedi algumas explicações pois o histórico que temos de entubações em nossa família acabaram em pneumonias... O anestesista me explicou que tudo não passava de procedimentos do exame e que não poderia fazer sem entubá-lo, me trouxe o termo para assinar e ainda comentou que se eu fosse ler, não autorizaria, mas era um procedimento necessário.

Assinei e fomos até a sala de preparo para a 1º parte da sedação, a mascara de gás, essa parte eu poderia acompanhar. Mais choro e meu gurizinho dormiu com o carrinho firme dentro de sua mãozinha... Tive de voltar a sala de espera. Chorei muito no ombro do Ale e caminhamos por aquele corredor de um lado para outro, não conseguíamos ficar sentados. O exame durou mais de uma  hora. Em seguida o enfermeiro veio fechar a porta do corredor para evitar que eu visse o Gui passar entubado. Tiraram o tubo e nos chamaram, ele estava dormindo e estava no soro. Já passava da meia noite...
Acordamos ele enquanto voltávamos para o quarto e o Gui gritava de fome. A própria chefe do plantão veio nos buscar pois imaginou que ele estaria doidinho de fome... o Ale me ajudou a acomodá-lo, tomou uma mamadeira e meia e dormiu, mas como nas outras sedações, ele demonstrava uma especie de euforia mesmo dormindo, normal segundo o pessoal me garantiu. Mais uma noite que eu dormiria no leito com ele. O Ale mais uma vez foi passar a madrugada no carro. A noite não passava nunca e eu não aguentava de ansiedade sobre o resultado do exame...


segue no próximo post.

O sumiço... o motivo - Parte I

Como prometi, voltei para tentar contar um pouco do que passamos...
Acho que não colocarei tudo num post somente...
Demorei para voltar, mas a falta de tempo se tornou um empecilho, fora a necessidade de organizar e "digerir" alguns acontecimento, mal de canceriana que sou. Dependendo da situação, demoro um pouco a organizar os pensamentos e raciocinar com clareza...  Mas vamos ao que importa.

Na madrugada de 9/5, às 1:30 da manhã, acordei e notei que Gui estava quentinho. Termometro marcou 38ºc. Mediquei comTylenol bebê e tivemos um bailinho até as 3hrs, mas depois disso voltou a dormir tranquilamente.
Pela manhã, como de costume, arrumei tudo e deixei o Gui na vovó e fui trabalhar. Ele acordou normal, comeu e não tinha febre. Ela voltou as 11:30 da manhã, 37,5ºc.
Minha mãe me liga e digo para não medicar, pois eu iria em casa meio dia. Comecei a tentar contatar o pediatra, pois eu já sabia que ele embarcaria para o Rio a noite e eu não estaria em Porto Alegre na sexta também. Falei com ele e até pedi que ele me indicasse outro pediatra, para que o Ale tivesse o nome e endereço de alguém de confiança, caso a febre subisse na sexta. Até parece que eu estava adivinhando.
Fui almoçar em casa e ele me parecia muito bem, mas medicamos novamente para evitar que a febre subisse. Voltei para o trabalho, Gui tomou banho e foi dormir com a vovó como de costume, acordaram as 16h, Gui sem febre.
Quando acordou, além da mamadeira, o Gui pediu bolacha e foram os dois ao mercado do lado de casa p/ comprar. Na volta enquanto minha mãe abria o portão, ele começou a pedir colo e gritar, "vovó, vovó". Quando minha mãe o pegou, ele já estava branquinho, completamente mole e desmaiou.
Desesperada, ela começou a chamar por ele e ele logo voltou a si, coisa de  5 segundos, então ela ligou primeiro pro Alexandre, pedindo que ele viesse urgente, enquanto o Gui ainda gritava em seu colo, vovó, vovó, ela verificou a temperatura e estava em 37,5ºc.
Em seguida ela ligou para mim, deveria ser 16:30h e eu fazia a nota fiscal da ultima carga do dia. Quando atendi, minha mãe só gritava para eu me acalmar que ele estava bem... "Ele quem???? Fala mãe" Então ela disse que o Gui estava desmaiando.
Meu coração parou! peguei o carro e fui embora voando, liguei o pisca alerta e andei até na contra mão...
Quando cheguei ele estava no colo do Alexandre e ia desmaiar novamente. O peguei no colo e ele só gemia, um gemidinho curtinho e bem rapidinho... Senti ele amolecer novamente.
Nisso vem minha mãe com a bolsa dele e os documentos, entramos no carro do Ale e saimos correndo em direção ao Hospital Santo Antonio. No carro ele desmaiou mais uma vez. Tentei falar com o Marcelo, pediatra, mas ele ja estava fazendo o chek in, me disse mesmo para ir para o Santo Antonio e o manter informado.
Chegamos no hospital e pedi prioridade. Tiraram a temperatura e ele estava com 38,5ºc. A enfermeira trouxe dipirona para o Gui e ele vomitou tudo. Então fizemos medicação injetável e eu troquei a roupa dele que estava toda vomitada... Santa vovó que lembrou de pegar uma muda de roupa naquele turbilhão.
A  médica o examinou e pediu para fazermos um exame de sangue e um eletrocardiograma, os dois estavam normais.
Então ela nos disse que teriamos de fazer a tomografia de crânio. Como o Gui já fez uma vez, eu sabia que isso significava 6 horas de jejum e uma sedação. Eu tinha de fazê-lo dormir.
Até que desta vez, ele não pediu muito por comida ou leite. Na primeira vez que fez a tomo, ele chorou por 2 horas seguidas de fome. Mas se ele dormisse, conseguiríamos fazer o exame sem sedá-lo. Finalmente eu consegui faze-lo dormir, mas na hora de levantá-lo... O Gui acordou. Iriamos mesmo para a sedação...
Finalmente se completaram as 6 horas de jejum e as 10:30 da noite fomos fazer a tomo. Dei um beijinho nele e colocaram a mascara de gas para que ele durma. Como sempre, deixo ele na sala e saio chorando. O exame durou uns 40 minutos.
Nos mandam de volta para o atendimento do plantão e a medica vem nos falar sobre o exame. Nos disse que falou com o neurologista e que os exames estavam todos nomais e por isso passariamos a noite em observação. Gui e eu ficamos em um quarto bem na frente da enfermaria e minha mãe e o Ale "dormem" na recepção do Hospital.
As enfermeiras medem a temperatura e verificam sinais e pressão a cada 2 horas. O Guilherme não quer dormir no berço, acomodo ele em cima de mim e deixo ele dormir enquanto assisto o corujão da Globo. Quase amanhecendo o dia, uma menina com muita dificuldade de respiração chega ao nosso quarto. Pelo menos eu tinha com quem conversar agora.
O dia amanheceu e eu tive de trocar toda a roupa do Gui novamente, pois ele acordou todo mijado (e eu também)...Mas isso faz parte do "glamour" da maternidade e nesse instante era o menor dos meus problemas...


Esperem o post de amanhã que tem mais...

O que aprendi nesse dia das Mães??? Desprendimento...

Ando sumida, eu sei...
Ando falando pouco nos blogs das amigas, ou nem falando. Eu sei...
Mas levamos um susto na semana passada...
Guilherme esteve internado por 4 dias e deu alta no domingo de dia das mães, está bem e medicado...
Volto depois para contar com calma e detalhes tudo que aconteceu, até para que fique registrado tudo tintim por tintim.
Mas uma coisa eu aprendi...
Ser mãe é ter desprendimento TOTAL. Não voltei para casa, não troquei de roupa por 2 dias, tomei banho com xampu do Gui, não usei um creme sequer e mal penteei o cabelo.
E dai??? Nem senti falta, pois a atenção era total do Pitoco.
Graças a Deus ele está bem e em casa. Foi apenas um susto.
Mas com tudo a gente aprende... E eu aprendi que não preciso uma mala ENORME para sobreviver por 4 dias e aprendi também que eu não tenho problemas, aliás a maioria de nós não os tem. Só precisamos olhar para os lados para descobrir isso.

Queria ter postado uma coisa bem legal pelo dia das mães, mas a minha principal função (ser mãe) não me permitiu...
Mas o melhor presente do mundo eu ganhei...
MEU FILHO BEM E EM CASA e isso não tem preço.

Mas como prometi, volto para maiores detalhes, assim que desvirar minha vida, pois ela ficou de cabeça para baixo...

A Lua, pelos olhos do Guilherme

Essa semana ouvi na TV ou no rádio, não me recordo agora, que a lua cheia apareceria no céu e daria a impressão de ser maior do que estamos acostumados a vê-la. Isso porque ela estaria numa posição mais próxima da Terra. Confesso que não dei bola e não levantei a minha cabeça a noite para ver como ela estava. Vida de mãe atarefada e desleixada.

E ontem, segunda feira, deixei meu Pitoco na mãe dormindo... As 9 da manhã liguei pra saber como ele tinha acordado e minha mãe disse que ele ainda não havia acordado...Pôxa filho, podia dormir até as 9 no sábado... Essa cama da vó é uma delicia... Mas dormir até as 9 da manhã, significa enforcar o soninho da tarde. E assim foi.

Cheguei na vovó as 18h e peguei o Pitoco para irmos no supermercado, como não tinha "sonecado" a tarde, capotou na cadeirinha do carro e foi dormindo até o super...

Quando chegamos lá, o acordei, até para evitar baile a noite, e o guri acordou com a matraca solta... Falava pelos cotovelos e pelas juntas dos dedos... Nossa, como falava esse guri... Cantava dentro do carrinho... Um comportamento digno de miss simpatia.

Mas a superação da fofice dele, foi na hora de entrar de volta no carro... o papai bobão, fazia cosquinhas e mordia a barriga do guri (no meio do estacionamento do supermercado) e o guri dava gargalhadas enormes e pedia "Pára, papai".

Mas papai continuava e Guigui pedia... daqui a pouco ele me larga a pérola... "Papai, eu já disse pára..." Nesse momento até eu tive de rir.

No caminho de volta, ele apontava pra rua e descrevia as coisas... "Olha só, assim assim de carro... olha só, moca (entenda-se motoca, ele chama qualquer moto de motoca)". E nesse momento eu tentei corrigi-lo, disse Filho, é motoca...

Ele larga outra pérola, "mamã eu já disse, moca". Como se estivesse falando corretíssimo... Uma figura esse guri...

E quando entravamos no portão de casa... Ele tem de descer do carro e me ajudar a abrir a porta da garagem, se não é uma choradeira dentro do carro (só quero ver se quando tiver idade de abrir a porta da garagem sozinho, vai querer fazê-lo).

Nesse instante, ele olhou pra cima e me apontou... "mamã, olha a LUA, bem gaaaandddoooonnaaaaa... "

Como disse no inicio do post, eu não tinha olhado para cima... e realmente ela estava linda...

Vista da entrada de casa.

Realmente a maternidade nos faz ver o mundo com outros olhos, mesmo que sejamos praticamente obrigados a olhar para ela... Saquei a câmera e bati uma foto. O Guri ficou apaixonado pela lua cheia... Entrou em casa e ficava repetindo, Guigui quer ver a lua. Fomos até a sacada de casa, e ele se dispos até a tirar foto com a lua... Fez pose e tudo... e ficava admirando e olhando pra ela...

E tenho de concordar com ele, ela realmente estava LINDA!!!!

Vista da sacada de casa.

Depois de darmos muitos beijos e tchaus para a lua, consegui convencê-lo a voltar para dentro de casa... Deitamos na cama e ficamos olhando as fotos da lua e mais algumas que estavam no cartão de memória... Dentre elas, mostrei a ele como ele ficou vestido de anjinho em Caxias, para pagar minha promessa a Pietá e tenho certeza que neste momento, ele desejou que as asinhas fossem de verdade para que ele pudesse ir até a lua... Afinal um anjinho de verdade ele já é, né???

Não sei se o fenômeno se repete com frequencia, nem até que dia a lua ficará cheia, mas se tiver oportunidade, olhe para cima hj a noite, e mostre ao seu filho... Quem sabe a lua não será responsável por momentos felizes na sua casa como foi na minha?? Vale a pena tentar...

Ai, acho que to meio sensível e emotiva essa semana... Será o dia das mães que está chegando???

Tudo que pedi eu ganhei... Pense BEM antes de pedir...

Sou devota de Nossa Senhora de Pietà... Tem uma imagem linda dela na Igreja de São Pelegrino em Caxias do Sul. Conheci essa imagem em 1995, na excursão de formatura do 2º Grau. Eu já namorava o Alexandre e de brincadeira uma amiga me perguntou na frente da Santa, se eu gostaria de casar com o Alexandre (eu tinha 16 anos na época). Respondi que sim, mas que provavelmente isso não aconteceria, pois o namoro tinha começado com a gente muito jovem e nesse período, provavelmente não duraria muito... em 1999 eu me casaria com o Alexandre...
Depois disso, sempre que a coisa "apertava" lá em casa, corria eu até a Serra. Seja por saúde, seja por emprego, seja por sossego... Eu vivia a visitá-la e importuná-la e ela sempre prontamente me atendia...
Em 2008, nascia meu afilhado e como ele teve de ficar mais uma semana na UTI por icterícia, vai eu prometer pra Santa novamente... E prontamente ser atendida... Mas confesso que essa promessa eu levei um tempinho para pagar, afinal tinha de levar o afilhado pra Serra... Quando ele estava com quase 1 ano, finalmente paguei minha promessa...
E quando eu estava aos pés da Santa, foi como se uma luz brilhasse em minha mente... Nós já estavamos tentando engravidar, mas sabe Deus lá por que, eu nunca havia pedido a minha Santinha para me dar um filho... E foi nesse momento que a idéia surgiu como uma "lâmpada que se acende acima da cabeça em desenhos animados"...
Pedi com todo o meu desejo que ela me desse um filho SAUDÁVEL, ESPERTO E LINDO e que me enchesse de felicidade.

Nem 2 meses depois eu já estava com um exame positivo em minhas mãos... Ela é poderosa mesmo... Depois disso ela me deu o Guilherme exatamente como pedi, salvou meu avô e ainda pedi uma mãozinha na cirurgia da língua que o Gui fez. Nessa oportunidade disse que o levaria vestido de anjo e que deixaria a sua roupinha a seus pés em sinal da minha gratidão por ter tudo sido perfeito na cirurgia dele, tanto que ele chegou em casa e já foi comer... Mérito Dela, com certeza.
E nessa segunda feira dia 30/4, resolvemos que iriamos com o Gui até a Serra, para pagar minha promessa... Estava muito frio, quando chegamos a Caxias fazia 8 graus.
O Gui estava empacotadinho em um casacão quentinho e não tive coragem de tirar o casaco dele, então passei um perrengue para vestir a túnica por cima da roupa toda e ainda colocar as asinhas no Guilherme....
Foi quando eu disse uma frase que fez a "Lâmpada" se acender sobre minha cabeça novamente...
Enquanto ele se debatia e dizia que não queria botar a roupa, eu lhes disse: "meu filho, tu és tão lindo e querido, custava ser COMPORTADO????"
Pronto, descobri meu erro, quando pedi a Santa, não pedi um filho comportado!!!! O erro foi MEU!!!!..

Pode parecer impressão, mas achei que dessa vez, minha Santa tinha um leve sorriso no rosto, um sorriso que eu nunca havia notado. Acho até que ouvi uma risadinha enquanto o Ale tentava tirar a foto do meu "anjo" que se debatia não parando nem um segundo para o CLICK...
Prestem atenção ao que desejam, depois não adianta culpar a Santa se você não pedir....

Essa é a "minha Santinha"

Brincadeiras a parte, (posso brincar com ela, afinal somos íntimas) a fé que tenho nessa Santa é indescritível e sem sombra de dúvidas, tudo de bom que acontece em nossas vidas, tem o dedo dela.

Adoro ir a Igreja, nem que seja para resar 5 minutos a seus pés. Me renova e me traz mais leve de volta pra casa.

Sem contar que o visual da Igreja é LINDO!!! Por isso recomendo,  se vc tem algo que lhe aflige, faça uma oração para ela, principalmente se vc é mãe. Afinal as mães se ajudam, e como ela tem seu filho no colo, saberá te ouvir e te entender... E se tiver oportunidade, vá até Caxias e lhe visite... Vc entenderá o que sinto por ela....