terça-feira, 22 de maio de 2012

A internação - Parte II

Continuando o tintim por tintim ( e tenha paciência, é bem explicadinho mesmo)...

Na primeira hora da tarde o medico veio falar conosco novamente. Disse que havia chance de precisarmos colher liquido da coluna, já que os 1ºs exames estavam todos bons. Mas antes faríamos exames do coração e eletroencefalograma, onde o Gui seria sedado novamente.
Na volta desses dois exames já nos tirariam da emergência e colocariam em um quarto.

O exame do coração (ecocardiografia, se não me engano) o cardiologista já me disse tudo na hora, me mostrou alguns detalhes na tela e eu já sai da sala sabendo o resultado, tudo bem, mas o eletro encéfalo me deixou com a pulga atrás da orelha...
Ficamos quase 1 hora na sala do exame e por diversas vezes o Gui tinha um tipo de espasmo na perna esquerda. Até ai tudo bem, se isso se repetisse do outro lado, mas não foi o que aconteceu...

Voltamos para a emergência e o Ale já estava com as nossas coisas prontas para subirmos para o quarto. Fomos ao 7º andar e nos mostraram nosso quarto. Nessa hora minha mãe e minha irmã já esperavam a liberação para subir, pois agora havia horário de visita das 8h as 20h e o Ale poderia ficar conosco até as 22h. Essa foi a única noite onde não nos levaram ao centro de imagem.
Ficamos no quarto e o Gui estava eufórico, chamei a enfermeira, pois ele literalmente estava escalando as grades da cama. Ela me disse que deveria ser efeito da medicação que usaram para sedá-lo... Uns ficam sonolentos e outros eufóricos... As 22h o Ale foi dormir no carro e eu por precaução, decidi deitar no leito junto com o Gui para evitar que se debatesse muito durante o sono.

Mais uma noite sem dormir nada, Guilherme se debateu, chutou, choramingou, riu... fez de tudo um pouco dormindo. E essa noite eu não liguei a TV para não acordar nossos colegas de quarto. Das 6h as 8h, horário que o Ale poderia subir, foi uma eternidade...

Pela manhã, questionei sobre o neurologista e o resultado o exame. A enfermeira me fez uma cara de dúvida, olhou a ficha e disse que o Gui aguardava o cardiologista. Bati pé e disse que não, que era o neuro e o resultado do eletro encéfalo... eu tinha certeza, estava louca pra saber o resultado do exame...
Ela voltou com a pasta do Gui e corrigiu a informação, eu tinha razão. O Ale ainda comentou que achou estranho o neuro não ter falado conosco na sexta mesmo, pois ele estava no 7º andar, o Ale o viu. Erro de comunicação, mas tudo bem.

No meio da manhã, o neuro finalmente veio, eu achei que seria nossa alta, mas ele me interrompeu, foi até meio grosso, não deu muitas explicações e disse que havia uma alteração no exame e que pediria uma ressonância, não nos deu mais detalhes, apenas disse que o Gui seria sedado DE NOVO...
Pela primeira vez eu me senti sem forças, mas olhei para aquele menino serelepe, correndo pelos corredores do hospital, chamando as outras crianças dizendo "vamo corre..." Em nenhum momento ele parecia doente e decidi que eu precisava ser forte, por ele.

Já íamos para o 3º dia e o Gui não comia a comida do hospital, a nutricionista não liberava que eu fizesse o leite no quarto, a temperatura ambiente, nem usasse sua mamadeira, eu estava fazendo isso escondido, pois o leite ou vinha gelado, ou vinha morno... Então eu decidi que ele não passaria mais fome, já chega os jejuns que ele era obrigado a fazer, procurei o neuro, expus a situação e disse que se ele não estava doente, ele iria ficar... O neuro liberou que eu fizesse o leite dele com agua mineral dentro do quarto e usasse sua mamadeira... Minha mãe e eu fizemos tantas mamadeiras quanto ele quiz e lhe demos todo o leite que ele pode tomar, fome ele não iria passar mais...
No inicio da tarde fiz ele dormir e o deixei com minha mãe e fui com o Ale me esticar no carro. As 15h vieram dizer que o Gui estava de jejum a partir daquele horário, minha mãe deu a ultima mamadeira para ele dormindo mesmo, mas quando foram verificar seus sinais, ele acordou. Como eu não estava no quarto, ele teve um desespero... minha mãe não conseguiu acalmá-lo, me ligou e eu só ouvi seu choro... Voltei correndo para acalma-lo... que susto até descobrir que  não era nada.

Deixamos ele correr e brincar a vontade, já que não poderia comer... E nessas horas, o quarto se torna pequeno para ele. Brincamos nos elevadores, descíamos até o 4º andar para dar tchau aos peixinhos do aquário e subíamos de novo. Quando anoitecia, o corredor do hospital, virava pista de carrinhos, foi por isso que ele ganhou o apelido carinhoso das tias da enfermagem "furacão"...

As 22h nos levaram ao centro de Imagem, onde o Gui já era tratado pelo nome devido a frequência que íamos até lá... O Anestesista veio me falar sobre como seria a sedação, pois era um pouco diferente da tomo... Ele seria sedado com gás, fariam um acesso intravenoso nele e ele seria entubado.... Que MEDO eu senti... Pedi algumas explicações pois o histórico que temos de entubações em nossa família acabaram em pneumonias... O anestesista me explicou que tudo não passava de procedimentos do exame e que não poderia fazer sem entubá-lo, me trouxe o termo para assinar e ainda comentou que se eu fosse ler, não autorizaria, mas era um procedimento necessário.

Assinei e fomos até a sala de preparo para a 1º parte da sedação, a mascara de gás, essa parte eu poderia acompanhar. Mais choro e meu gurizinho dormiu com o carrinho firme dentro de sua mãozinha... Tive de voltar a sala de espera. Chorei muito no ombro do Ale e caminhamos por aquele corredor de um lado para outro, não conseguíamos ficar sentados. O exame durou mais de uma  hora. Em seguida o enfermeiro veio fechar a porta do corredor para evitar que eu visse o Gui passar entubado. Tiraram o tubo e nos chamaram, ele estava dormindo e estava no soro. Já passava da meia noite...
Acordamos ele enquanto voltávamos para o quarto e o Gui gritava de fome. A própria chefe do plantão veio nos buscar pois imaginou que ele estaria doidinho de fome... o Ale me ajudou a acomodá-lo, tomou uma mamadeira e meia e dormiu, mas como nas outras sedações, ele demonstrava uma especie de euforia mesmo dormindo, normal segundo o pessoal me garantiu. Mais uma noite que eu dormiria no leito com ele. O Ale mais uma vez foi passar a madrugada no carro. A noite não passava nunca e eu não aguentava de ansiedade sobre o resultado do exame...


segue no próximo post.

3 comentários:

  1. Cátia, que aflição essas sedações, sofri só em pensar!!!

    Conta logo o resultado do exames!!!

    bjs

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  2. ô amigaa .. que dó!!

    Deve ter sido difícil mesmo pra vc .. só de ler fiquei aflita e com o coração apartado .. o que houve estão suspeitando de que? ele ficou doente? Mas tenha fé e certeza que deus está com ele .. por favor diz o resultado dos exames .. bjs no seu coração queridaaa

    http://princesaluma.blogspot.com.br/

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  3. Ai, Catita, a gente conversou e tal,..mas esses detalhes,.. até eu chorei aqui!!! Bjoss

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