segunda-feira, 26 de março de 2012

Se vc é mãe, em algum momento da sua vida irá falar sobre ele..

Com certeza esse é o post mais difícil que já escrevi. Sempre foi um tabu para mim, falar sobre isso. Não sei bem o porquê, acho que pelo sentimento de impotência que ele sempre me trouxe. Ensaio como escrever sobre ele há uma semana, mas não sabia como começar, ou como abordar o assunto, sem expor muito o Gui, ele vai querer me matar o dia que ler isso... Mas realmente preciso por pra fora esse mal que me assustou durante 2 anos... Estou falando do COCÔ...





Eu vivo enchendo a boca pra dizer que o Gui nunca teve nada... Mas na verdade ele tem um problema com o cocô, desde que nasceu... O Guilherme sempre foi EXTREMAMENTE ressequido. E com letras garrafais mesmo...Com menos de 2 meses e mamando apenas no peito, eu já era íntima do supositório.



Por diversas vezes tentamos tratamentos alternativos, massagens, estímulo, depois mais tarde, variação alimentar, sucos e até remédios... Tudo funcionava muito bem, mas apenas por 4 ou 5 dias e tudo voltava ao estágio de antes...

Ele sentia muita dor, era notório... E então resolvemos procurar uma especialista na área. A indicada foi a Dra. Cristina Targa.

Com ela, fizemos um acompanhamento, ela fez exames, afastou a possibilidade de qualquer alergia alimentar e concluiu que era apenas imaturidade do intestino do Gui. Então a indicação era tentar “melhorar” a situação e administrar até o intestino amadurecer...

Tivemos períodos de melhora, tivemos períodos de stress extremo... Pois o que fazer quando se tem um bebê se contorcendo em seu colo, aos gritos e a única coisa que vc pode fazer é chorar junto???

Graças a isso o Guilherme come muito bem todo tipo de legumes e verduras, fibras e tentamos de tudo mesmo, tudo que era receita caseira, remédio, crendice popular... tentei de tudo mesmo. Vcs não tem noção na quantidade de “troços” que eu já tentei misturar na comida do guri, na esperança de resolver o problema...



Vocês podem estar me achando exagerada... mas só quem viu, sabe o que o Gui (e eu) passamos nesses dois anos... Não podíamos elogiar, era comentar com a vó, ou com Ale que parece que estava melhorando, que a coisa trancava de novo... Chegou ao ponto de quando estava na hora de fazer o cocô, ele se esconder em um cantinho e não querer ninguém perto dele, suava frio, ficava geladinho e branquinho... eu queria pegar, fazer aquilo passar, ou pelo menos segurar sua mãozinha, mas ele rejeitava... não queria ninguém “sofrendo” com ele...



Nesses dois anos, tivemos dois episódios bem críticos, que terei as cenas para sempre em minha memória, as cenas marcadas como tatuagem.

A primeira foi num sábado, o Gui completava 4 meses, estava muito frio, mas como ele não fazia o dito cocô a três dias, resolvi levá-lo a um pediatra de plantão. O dito cujo o examinou e me mandou pra casa, pois além de ser normal o bebê ficar 3 dias sem cocô, o moço ainda me diz que o depósito de cocô do Guilherme estava vazio... Com um bebê mamando de 2 em 2 horas?? Achei duvidoso, mas ok. Chegamos em casa na hora do almoço, dei o remedinho que ele me receitou e a sogra ficou com ele para que pudéssemos almoçar. Servi o prato e a sogra chama para que fossemos correndo ver o que tinha acontecido. O Gui estava deitadinho em cima de um travesseiro, com pijama, tiptop, manta e enfiado em um daqueles sacos de bebê... e tinha cocô até no travesseiro. E vai me dizer que o depósito de cocô do guri estava vazio??? Tinha vontade de dar no tal médico... óbvio que nunca mais voltei lá e me culpo até hoje por não ter levado ele no meu fiel Dr. Marcelo...e depois disso se seguiram mais três dias de dor intensa e nada de cocô...
O Guilherme formava uma espécie de "tampão" duro e enquanto aquela parte não saísse, todo o resto ficava trancado... Então geralmente ele fazia uma bolota BEM dura (ou várias pequenas, mas muito juntas, formando uma única bem grande) e depois então é que vinha o "cocô normal".



A segunda imagem... e essa foi a pior de todas as crises, estávamos subindo a serra para passar o dia em Caxias do Sul e visitar minha amiga Nsa. Sra. De Pietá, na Igreja de São Pelgrino. Saímos cedinho de casa e passamos na casa das cucas pra tomar um café... o Gui tinha 1 ano e meio. O coloquei sentado na cadeirinha e ele ficou só um pouco, logo começou a se contorcer e querer sair insistentemente, como o lugar estava vazio, resolvi tirar ele dali e deixar caminhar a nossa volta. Mal tirei ele da cadeirinha e notei que ele já procurava um cantinho... cochichei com o Ale “vai fazer cocô”... Eu já conhecia as atitudes dele... Ficou no cantinho, se acocou, caminhou na minha volta, deitou a cabecinha no meu colo e começou a chorar... Disse a minha irmã que deveria estar trancado....

O levamos ao trocador e a cena que vi, foi realmente assustadora. Nunca pensei que o corpo pudesse se dilatar tanto, não tive parto normal, mas acredito que a dilatação do Gui naquele momento, deveria ser semelhante a de um parto... e o dito cujo não saia... Coloquei a fralda nele de novo e o fiz se acocar, pra facilitar, mas nada adiantava... A essa altura o guri gritava tanto que minha vó entrou no banheiro pra ver o que acontecia, como ela é muito nervosa, a impedi de ver e pedi que saísse. Disse pra minha irmã que eu tinha de fazer alguma coisa. A mandei segurar o Gui tirei a força... imaginem que eu consegui colocar dois dedos e puxar pra fora... ele chorou muito, mas acredito que naquela hora de desespero o instinto falou mais alto, não sabia o que fazer, só sabia que tinha de fazer alguma coisa... o esforço dele foi tanto, que assim que o colocamos de volta no carro ele dormiu...

Essa situação sempre me fez sofrer muito, afinal o Gui faz cocô de adulto... duro mesmo, a ponto de na maioria das vezes se quer sujar a fralda... e eu apesar de ter feito de tudo, ainda me sentia impotente diante do problema... Por diversas noites chorei sozinha, olhando ele dormir e imaginando a dor que ele sentia todos os dias... Sim, nesses dois anos, foram praticamente todos os dias...

A Dra. Cristina me disse que com o problema no grau que estava, o psicológico dele começava a agir e isso agravava o problema, pois ele associava o cocô a dor. E que isso o fazia trancar mais ainda. O ideal era o Guilherme redescobrir que fazer cocô era bom...

Mãe nenhuma gosta de cocô. Certo??? ERRADO eu comecei a adorar o Gui fazendo cocô... e a comemorar cada cocô que ele fizesse... e a elogiar muito uma fralda bem cheia...

Coisas que só mãe entende...

Então Guilherme completou dois anos e na exaustão da noite ao final de sua festa, deitei na cama, olhei pro lado e vi ele dormindo serenamente e desejei com todas as minhas forças que o tão sonhado amadurecimento do intestino chegasse, pois eu não tenho mais um bebê, tenho um homenzinho em casa... E já que beijo de mãe cura ralados e machucados, bem  que desejo de mãe, poderia causar esse amadurecimento... Dormi com lágrimas nos olhos... E desde essa noite, o intestino do Guilherme nunca mais nos trouxe problemas... Com a passagem pelos dois anos (ou o forte desejo de uma mãe desesperada) o problema simplesmente sumiu...



E espero realmente que ele nunca mais volte...

Agora desejo que nessa minha vida materna, o assunto COCÔ fique apenas no passado.

É um assunto chato, eu sei, mas como disse no título, em algum momento de sua vida de mãe, vc vai falar sobre ele... E eu precisava colocar esse meu fantasma pra fora... E desejo com todas as minhas forças, que seja pra FORA MESMO, pra nunca mais voltar.


5 comentários:

  1. Nossa que sofrimento menina...
    Minha sobrinha tem um problema, não tão grave como o do seu pequeno, mas toda vez que ela vai fazer, é muita dificuldade, chororo mesmo, gritos, ela tem um ano e é sofrimento...
    Mais que bom que tudo isso passou pra ele...
    Nos mães ficamos felizes demais...
    Bjs

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  2. Querida, imagino a sua dor, sim! Eu, graças a Deus, nunca tive esse problema... Pelo contrário, sempre foi muito bom. Eu também nunca tive nojo dos cocôs dos meus filhos, aliás, quando eles era bebezinhos e só tomavam leite, acreditem ou não, eu adorava até o cheio,... estranho né? Mas achava aquele cheiro muito de bebezinho, e adorava! O Felipe nunca entendeu, mas realmente era algo sem explicação. Sem elogiei muito o cocê deles. Uma única vez o Raul teve um problema que o cocô estava mais sequinho e nesse dia sim, tadinho, sofreu. Ele fazia força, me olhava e dizia: "mamãe, dodói bumbum" e chorava!!! Quando peguei sua mãozinha e ele continuou a fazer força e saiu,... quando fui limpar, vi até sangue (claro, estava tão durinho que chegou a cortar).
    A partir daquele momento eu conversei com ele e disse.... "Viu filho, por isso vc tem que comer bastante frutas, pois quando se come fruta, o cocô fica mais molinho e não dói para sair"... rsrsrs Sempre que ele não aceita uma fruta eu o lembro e ele, logo depois, aceita... Mas espero que nunca mais o Gui passe por essas securas novamente. E mais, ele tendo esse problema, é mais um motivo para tomar muito cuidado no desfralde... Pois já se sabe que adultos com problemas intestinais podem ter tido um desfralde mais sofrido (a força), mas isso eu sei que não será problemas para vcs... Bjos querida, um grande beijo e parabéns pelo post. O assunto certamente é temido por muitas mães...só quem passa por isso sabe. Bjão.

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    1. Pois é Rê... Esse tipo de sangramento lá em casa se tornou rotina, junto com o banho de assento com flogorosa (um pózinho cicatrizante e calmante) Sempre comentei que não gosto nem de pensar em como seria se o Guilherme não comesse muitas frutas e verduras... aff, mas coisas que nós, mamães temos de passar...
      Eu até hoje ADORO uma fralda bem cheia... Foram tão poucas nesses dois anos... E fico atenta ao desfralde sim, brigada pela dica e pelas palavras carinhosas de sempre... UFA!!! espero ser a ultima vez que choro por isso... bjbj

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  3. Cátia, que dó do Gui, aqui o Vini tbm tem períodos assim, mas em menores proporções, nunca passou de 1 dia, e uma das frutas que ele não pode viver sem é o mamão, tem que ter quase todo dia. O cocô dele nunca foi normal, sempre uma bolinhas duras, tbm fico com dó, a pediatra passou um xaropinho de ameixa que funciona bem e sempre que eu percebo que ele tá demorando mt pra fazer cocô uso e resolve...

    E com relação a pergunta se mãe nao gosta de cocô eu tbm tô contigo, eu adoro, sempre agi com muita naturalidade, nunca tive nojo e usei pouquissimo lenço umidecido, só uso na rua, pois em casa coloco eles direto no chuveiro. rsss

    Bjs, querida, torço para que esse problema não volte nunca mais!!!

    Ah, vc já viu o clip do Cocoricó do Sr. Cocô cantando? Só os fortes podem assistir...kkkkkk

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  4. Báh guriaaaa nao sabia dessa dificuldade dele... Q horror!!!

    Sabe q a C sempre foi bem tranquila com isso e come mto pouco legumes e verduras... Fruta então só banana e manga... Desde que viemos pra casa se ela ficou uns 5 dias sem fazer coco é mto... Faz tdo dia e as vezes 2 x ao dia... Mas num dia desses q ela nao fez coco, liguei pra pediatra assustada já que a HDC faz o intestino subir ( e mae logo pensa besteira) e ela me disse para colocar um pouco de azeite de oliva na sopa dela... nossa, nakele dia ela fez 4 cocos hahahahahahaha.

    Mas fico feliz q tdo esteja calmo. Se Deus quiser essa fase foi embora!!!

    Beijao

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